Sobre Arendt e política, parte 1
Algumas anotações sobre “The Promise of Politics”, de Hannah Arendt:
Falando sobre Sócrates, Arendt diz que o erro dele foi falar com seus juízes usando a dialética, e não a persuasão. “A persuasão não vem da verdade, mas sim das opiniões; e apenas a persuasão é capaz de lidar e dialogar com multidões”, escreve. A dialética, por sua vez, só acontece em um diálogo entre duas pessoas.
O método socrático da dialética “revela a verdade não destruindo a opinião, mas, ao contrário, revelando a verdade presente na própria opinião”.
Para Aristóteles, uma comunidade é feita de pessoas diferentes e desiguais. Há duas formas de “equalizar” as pessoas: a amizade e o dinheiro.
Para Arendt, a grande virtude de um estadista é “entender o maior número possível de realidades (...) ser capaz de comunicar entre os cidadãos e suas opiniões de modo que a comunidade deste mundo se torne aparente.”
Ainda para ela, a lei fundamental do pensamento é: “na medida em que sou um, não me contradirei, mas posso me contradizer porque, no pensamento, sou dois em um; portanto, não vivo apenas com os outros, como um, mas também comigo mesmo.”
Na pólis, somos e aparecemos.
Trarei mais notas em breve. Recomendações de leitura sobre o nazismo: 1) Timothy W. Ryback escreve sobre como Hitler também apostava em tarifas para “liberar” os alemães da ordem global e 2) Larry David relata como ocorreu um jantar que teve com Hitler (o texto é realmente genial).
Em tempo: os assinantes pagos receberão em breve uma conversa com o cientista político Tom Pepinsky sobre instituições, política legislativa e o que sustenta as democracias.